sábado, 23 de abril de 2011

Redes de Agroecologia se encontram em Cametá para trocas de experiências agroecológicas

Sementes do Grupo de Intercambio em Agricultura Sustentável (GIAS) do Mato Grosso

De 12 a 14 de abril aconteceu em Cametá, Baixo Tocantins, a Oficina de Metodologia Participativa Camponês(a) A Camponês(a): difusão de conhecimentos agroecológicos na produção, beneficiamento e comercialização sustentável na Amazônia, com enfoque de gênero.
Agricultores (as), extrativistas, mulheres quilombolas, de redes de agroecologia e de multiplicadores (as) de conhecimentos agroecológicos, de grupos de resgate de sementes crioulas, lideranças de sindicatos e associações se reuniram para debater estratégias de disseminação e ampliação de experiências sustentáveis na agricultura familiar. 
Trocas de sementes crioulas


Esta oficina objetivou contribuir para a ampliação de processos de multiplicação dos conhecimentos agroecológicos e sustentáveis em curso na agricultura familiar camponesa e extrativismo sustentável na Amazônia pelos próprios agricultores, agricultoras, quilombolas, indígenas. 

Visita a sítio de manejo florestal de várzea

 Participaram 35 pessoas de organizações e redes de agroecologia de cinco estados da Amazônia (Acre, Amapá, Mato Grosso, Pará e Tocantins). Do Pará participaram agricultores e técnicos de Belém, Cametá, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Oeiras do Pará (Organização quilombola MALUNGU), Cooperativa do  Lago Grande em Santarém, FASE- Amazônia, CEAPAC (Santarém),  APACC.
Trocas de saberes: artesanatos e sementes crioulas

Do Amapá, vieram representantes da Associação Porto Grande do Amapá e da Rede de Mulheres empreendedoras Rurais da Amazônia (RMERA), da Associação de Mulheres da Amazônia (AMA),  do Assentamento Maracá  e Reserva Extrativista em Mazagão, APA-TO Bico do Paragaio - Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins, Norte do Tocantins, do Acre da Reserva Extrativista Chico Mendes e do Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre/PESACRE e Grupo de Intercâmbio em Agricultura Sustentável de Mato Grosso. (GIAS). 


Turma CaC Cametá, Abril 2011

Com o apoio do Programa de Diálogo e Intercâmbio em Agricultura Sustentável (PRODIAS) e da Rede de Agroecologia da Amazônia (ANA Amazônia), através do Projeto Mulheres do Campo, a Associação Paraense de Apoio Às Comunidades Carente (APACC) e o Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense (MMNEPA) coordenam esta atividade no Pará, em parceria com as organizações de redes de agroecologia da região.  
O projeto mulheres do campo tem a coordenação geral da Pão Para o Mundo (PPM), com financiamento da União Europeia.

O que é a Metodologia Camponês (a) a Camponês (a)?
A Metodologia Camponês para Camponês procura ampliar uma prática já utilizada pelos agricultores familiares e as organizações parceiras no Brasil, de estímulo ao trabalho coletivo, trocas de dias de trabalho entre familiares, vizinhos, mutirões, encontros, festas, feiras para troca de informações, experimentos agroecológicos, campanhas de agricultura sustentável e segurança alimentar, pelas sementes crioulas.
O apoio técnico na metodologia Camponês (a) para Camponês (a) é fundamental na mediação e facilitação, mas a transferência tecnológica, dos conhecimentos e práticas bem sucedidas da agricultura sustentável é realizada entre os próprios agricultores e agricultoras.
Piscicultura no Caripi-Cametá, Abril 2011

O que é a Metodologia Camponês (a) a Camponês (a)?
E mais um método participativo de transmissão de experiências e conhecimentos.
É uma mudança de paradigma que transforma radicalmente o papel dos agricultores e agricultoras e dos técnicos na agricultura frente aos procedimentos empregados até o momento (com frequência verticais, de cima para baixo: de técnico e\ou especialista do governo para agricultor\agricultora, ou de comerciante para agricultor\agricultora).

No centro do processo se encontram os agricultores e agricultoras responsáveis e criativos, que estão dispostos a transformar sua agricultura de acordo com os princípios ecológicos e de sustentabilidade e se esforçam para reforçar a fertilidade do solo. Para isso, seguem um caminho próprio de experimentação em seus próprios lotes agrícolas e estão dispostos a transmitir e compartilhar com outros agricultores e agricultoras suas experiências positivas (e também negativas) e conhecimentos em uma troca de conhecimentos permanente. São eles os verdadeiros protagonistas da agricultura sustentável.

O intercambio se produz de pessoa a pessoa, embora com frequência se organize em forma de grupos que visitam os sítios de pessoas com anos de experiência em agricultura sustentável e, deste modo, se realiza um intercambio direto e concreto que propicia mudanças efetivas e aquisição de conhecimentos. O CaC é, portanto, um processo de auto ajuda participativo, inovador, criativo, experimental e comunicativo, que permite buscar de maneira recíproca e coletiva como ampliar a sustentabilidade do desenvolvimento rural nos próprios lotes agrícolas, nas vilas ou cooperativas, e inclusive abordar por esta via tarefas sociais, políticas e culturais.

Vejam experiências da Metodologia de transferência de conhecimentos entre camponeses e camponesas na América Latina.

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