quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Kátia, a antropóloga criadora da 'Abreugrafia'


Por José Ribamar Bessa Freire¹

Nelson Rodrigues só se deslumbrou com "a psicóloga da PUC" porque não conheceu "a antropóloga da Folha". Mas ela existe. É a Kátia Abreu. É ela quem diz aos leitores da Folha de São Paulo, com muita autoridade, quem é índio no Brasil. É ela quem religiosamente, todos os sábados, em sua coluna, nos explica como vivem os "nossos aborígenes". É ela quem nos ensina sobre a organização social, a distribuição espacial e o modo de viver deles.
Podeis obtemperar que o caderno Mercado, onde a coluna é publicada, não é lugar adequado para esse tipo de reflexão e eu vos respondo que não é pecado se aproveitar das brechas da mídia. Mesmo dentro do mercado, a autora conseguiu discorrer sobre a temática indígena, não se intimidou nem sequer diante de algo tão complexo como a estrutura de parentesco e teorizou sobre "aborigenidade", ou seja, a identidade dos "silvícolas" que constitui o foco central de sua - digamos assim - linha de pesquisa.
A maior contribuição da antropóloga da Folha talvez tenha sido justamente a recuperação que fez de categorias como "silvícola" e "aborígene", muito usadas no período colonial, mas lamentavelmente já esquecidas por seus colegas de ofício. Desencavá-las foi um trabalho de arqueologia num sambaqui conceitual, que demonstrou, afinal, que um conceito nunca morre, permanece como a bela adormecida à espera de alguém que o desperte com um beijo. Não precisa nem reciclá-lo. Foi o que Kátia Abreu fez.
Com tal ferramenta inovadora, ela estabeleceu as linhas de uma nova política indigenista, depois de fulminar e demolir aquilo que chama de "antropologia imóvel" que seria praticada pela Funai. Sua abordagem vai além do estudo sobre a relação observador-observado na pesquisa antropológica, não se limitando a ver como índios observam antropólogos, mas como quem está de fora observa os antropólogos sendo observados pelos índios. Não sei se me faço entender. Mas em inglês seria algo assim como Observing Observers Observed.
Os argonautas do Gurupi
Todo esse esforço de abstração desaguou na criação de um modelo teórico, a partir do qual Kátia Abreu sistematizou um ousado método etnográfico conhecido como abreugrafia que, nos anos 1940, não passava de um prosaico exame de raios X do tórax, uma técnica de tirar chapa radiográfica do pulmão para diagnosticar a tuberculose, mas que foi ressignificado. Hoje, abreugrafia é a descrição etnográfica feita com o método inventado por Kátia Abreu, no caso uma espécie de raio X das sociedades indígenas.
Esse método de coleta e registro de dados foi empregado na elaboração dos três últimos artigos assinados pela antropóloga da Folha: Uma antropologia imóvel (17/11), A Tragédia da Funai(03/11/) e Até abuso tem limite (27/10) que bem mereciam ser editados, com outros, num livro intitulado "Os argonautas do Gurupi". São textos imperdíveis, que deviam ser leitura obrigatória de todo estudante que se inicia nos mistérios da antropologia. A etnografia refinada e apurada que daí resulta quebrou paradigmas e provocou uma ruptura epistemológica ao ponto de não-retorno.
A antropóloga da Folha aplicou aqui seu método revolucionário -a abreugrafia- que substituiu o tradicional trabalho de campo, tornando caducas as contribuições de Boas e Malinowski. Até então, para estudar as microssociedades não ocidentais, o antropólogo ia conviver lá, com os nativos, tinha de "viver na lama também, comendo a mesma comida, bebendo a mesma bebida, respirando o mesmo ar" da sociedade estudada, numa convivência prolongada e profunda com ela, como em 'Lama', interpretada por Núbia Lafayette ou Maria Bethania.
A abreugrafia acabou com essas presepadas. Nada de cantoria. Nada de anthropological blues. Agora, o antropólogo já não precisa se deslocar para sítios longínquos, nem viver um ano a quatro mil metros de altura, numa pequena comunidade nos Andes, comendo carne de lhama, ou se internar nas selvas amazônicas entre os huitoto, como fez um casal de amigos meus. E tem ainda uma vantagem adicional: com a abreugrafia, os antropólogos nunca mais serão observados pelos índios.
Em que consiste, afinal, esse método que dispensa o trabalho de campo? É simples. Para conhecer os índios, basta tão somente pagar entrevistadores terceirizados. Foi o que fez a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que, por acaso, é presidida por Kátia Abreu. A CNA encomendou pesquisa ao Datafolha que, por acaso, pertence à empresa dona do jornal onde, por acaso, escreve Kátia. Está tudo em casa. Por acaso.
Terra à vista
Os pesquisadores contratados, sempre viajando em duplas -um homem e uma mulher- realizaram 1.222 entrevistas em 32 aldeias com cem habitantes ou mais, em todas as regiões do país. Os resultados mostram que 63% dos índios têm televisão, 37% tem aparelho de DVD, 51% geladeira, 66% fogão a gás e 36% telefone celular. "A margem de erro" -rejubila-se o Datafolha- "é de três pontos percentuais para mais ou para menos".
"Eu não disse! Bem que eu dizia" - repetiu Kátia Abreu no seu último artigo, no qual gritou "terra à vista", com o tom de quem acaba de descobrir o Brasil. O acesso dos índios aos eletrodomésticos foi exibido por ela como a prova de que os "silvícolas" já estão integrados ao modo de vida urbano, ao contrário do que pretende a Funai, com sua "antropologia imóvel" que "busca eternizar os povos indígenas como primitivos e personagens simbólicos da vida simples". A antropóloga da Folha, filiada à corrente da "antropologia móvel", seja lá o que isso signifique, concluiu:
- "Nossos tupis-guaranis, por exemplo, são estudados há tanto tempo quanto os astecas e os incas, mas a ilusão de que eles, em seus sonhos e seus desejos, estão parados, não resiste a meia hora de conversa com qualquer um dos seus descendentes atuais".
Antropólogos da velha guarda que persistem em fazer trabalho de campo alegam que Kátia Abreu, além de nunca ter conversado sequer um minuto com um índio, arrombou portas que já estavam abertas. Qualquer aluno de antropologia sabe que as culturas indígenas não estão congeladas, pois vivem em diálogo com as culturas do entorno. Para a velha guarda, Kátia Abreu cometeu o erro dos geocêntricos, pensando que os outros estão imóveis e ela em movimento, quando quem está parada no tempo é ela, incapaz de perceber que não é o sol que dá voltas diárias em torno da terra.
No seu artigo, a antropóloga da Folha lamenta que os índios "continuem morrendo de diarreia". Segundo ela, isso acontece, não porque os rios estejam poluídos pelo agronegócio, mas "porque seus tutores não lhes ensinaram que a água de beber deve ser fervida". Esses tutores representados pela FUNAI - escreve ela - são responsáveis por manter os índios "numa situação de extrema pobreza, como brasileiros pobres". Numa afirmação cuja margem de erro é de 3% para mais ou para menos, ela conclui que os índios não precisam de tutela.
- Quem precisa de tutela intelectual é Kátia Abreu - retrucam os antropólogos invejosos da velha guarda, que desconhecem a abreugrafia. Eles contestam a pobreza dos índios, citando Marshall Sahlins através de postagem feita no facebook por Eduardo Viveiros de Castro:
"Os povos mais 'primitivos' do mundo tem poucas posses, mas eles não são pobres. Pobreza não é uma questão de se ter uma pequena quantidade de bens, nem é simplesmente uma relação entre meios e fins. A pobreza é, acima de tudo, uma relação entre pessoas. Ela é um estatuto social. Enquanto tal, a pobreza é uma invenção da civilização. Ela emergiu com a civilização..."
Miss Desmatamento
A conclusão mais importante que a antropóloga da Folha retira das pesquisas realizadas com a abreugrafia é de que os "aborígenes", já modernizados, não precisam de terras que, aliás, segundo a pesquisa, é uma preocupação secundária dos índios, evidentemente com uma margem de erro de três pontos para mais ou para menos.
- "Reduzir o índio à terra é o mesmo que continuar a querer e imaginá-lo nu" - escreve a antropóloga da Folha, que não quer ver o índio nu em seu território. "Falar em terra é tirar o foco da realidade e justificar a inoperância do poder público. O índio hoje reclama da falta de assistência médica, de remédio, de escola, de meios e instrumentos para tirar o sustento de suas terras. Mais chão não dá a ele a dignidade que lhe é subtraída pela falta de estrutura sanitária, de capacitação técnica e até mesmo de investimentos para o cultivo".
A autora sustenta que não é de terra, mas de fossas sépticas e de privadas que o índio precisa. Demarcar terras indígenas, para ela, significa aumentar os conflitos na área, porque "ocorre aí uma expropriação criminosa de terras produtivas, e o fazendeiro, desesperado, tem que abandonar a propriedade com uma mão na frente e outra atrás".
Ficamos, então, assim combinados: os índios não precisam de terra, quem precisa são os fazendeiros, os pecuaristas e o agronegócio. Dados apresentados pela jornalista Verenilde Pereira mostram que na área Guarani-Kaiowá existem 20 milhões de cabeças de gado que dispõem de 3 a 5 hectares por cabeça, enquanto cada índio não chega a ocupar um hectare.
Um discípulo menor de Kátia Abreu, Luiz Felipe Pondé, também articulista da Folha, tem feito enorme esforço para acompanhar a produção intelectual de sua mestra, usando as técnicas da abreugrafia, sem sucesso, como mostra artigo por ele publicado com o título Guarani-Kaiowá de boutique (9/11), onde tenta debochar da solidariedade recente aos Kaiowá que explodiu nas redes sociais.
Kátia Regina de Abreu, 50 anos, empresária, pecuarista e senadora pelo Tocantins (ex-DEM, atual PSD), não é apenas antropóloga da Folha. É também psicóloga formada pela PUC de Goiás, reunindo dois perfis que deslumbrariam Nelson Rodrigues.
Bartolomé de las Casas, reconhecido defensor dos índios no século XVI, contesta o discurso do cronista do rei, Gonzalo Fernandez de Oviedo, questionando sua objetividade pelo lugar que ele ocupa no sistema econômico colonial:
- "Se na capa do livro de Oviedo estivesse escrito que seu autor era conquistador, explorador e matador de índios e ainda inimigo cruel deles, pouco crédito e autoridade sua história teria entre os cristãos inteligentes e sensíveis”.
O que é que nós podemos escrever na capa do livro "Os Argonautas do Gurupi" de Kátia Abreu, eleita pelo movimento ambientalista como Miss Desmatamento? Que crédito e autoridade tem ela para emitir juízos sobre os índios? O que diriam os cristãos inteligentes e sensíveis contemporâneos? Respostas em cartas à redação, com a margem de erro de 3% para mais ou para menos.

Extraído da Adital
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1- José Ribamar de Bessa Freire é Professor da Faculdade de Educação da UERJ e coordenador, desde 1992, do Programa de Estudos dos Povos Indígenas. Professor do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro –UNI-Rio

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

III Oficina de Metodologia CaC realizada em Bragança



Com a força e a ternura típicas de ambientes nos quais a mulher é protagonista, foi realizada a terceira etapa da oficina Camponês (a) Camponês (a) (CaC) em Bragança nos dias 13 a 15/11/12, pelo território do Nordeste Paraense do projeto Mulheres do Campo, financiado pela União Europeia e Pão Para o Mundo, realizado pelo Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense (MMNEPA) e Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC). A oficina de metodologia participativa CaC: difusão de conhecimentos agroecológicos na produção, beneficiamento e comercialização sustentável na Amazônia.

Compartilharam experiências camponesas e técnicos de diversas cidades do Nordeste Paraense e do Maranhão. Como facilitador, mais uma vez Dennis Monteiro, 48 anos, direto da Costa Rica demonstrou que a América Latina está toda unida, apesar das diferenças, na luta por justiça no campo e segurança alimentar, a partir da ação protagonista de cada camponesa e cada camponês.

Foram feitas visitas em algumas experiências agrícolas do município de Bragança e a partir disso foi realizado estudo de como é possível realizar Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) a partir dos princípios da agricultura familiar sustentável.

O encerramento do ciclo trouxe lágrimas, mas também a certeza de que os caminhos percorridos abrem novos horizontes e apontam para a continuidade do processo. Nas malas de cada um e cada uma, lembranças do encontro e a certeza de que, seja na Amazônia, seja na América Latina, a  não é feita com passos solitários a caminhada por um outro mundo sustentável e solidário.







Abaixo vídeo com as imagens do encontro:

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Carta aberta do FAOR em repúdio aos abusos de Belo Monte

O Fórum da Amazônia Oriental (FAOR) é uma rede mista composta por cerca de 300 entidades populares, ONG´s  e movimentos sociais, que atua em quatro estados da Amazônia Oriental: Amapá, Maranhão, Pará e Tocantins.
Vem por meio desta carta aberta tornar público seu repúdio ante ás recorrentes agressões que vêm sofrendo as populações amazônidas, em especial aos últimos acontecimentos de violação de direitos com os Índios Mundurukus, Quilombolas e trabalhadores e trabalhadoras da 
UHE de Belo Monte.
Por meio desta, as 18 entidades das Coordenações Estaduais e Executivas do FAOR, em nome das demais entidades da REDE FAOR subscrevem, em tempo que solicitam seu apoio na divulgação da carta.

Gratos, e Gratas!FÓRUM DA AMAZÔNIA ORIENTAL - FAOR

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Em Santa Luzia será realizada a I Feira de Economia Solidária (ECOSOL) e a Amostra Cultural da Juventude (I ACAJU)



Serão realizadas em Santa Luzia do Pará a I Feira de Economia Solidária (ECOSOL) e a Amostra Cultural da Juventude (I ACAJU). As atividades serão realizadas no período de 13 a 15/11/12 no Calçadão da Cooperativa Coomar, Av. Presidente Castelo Branco - 649 – Centro. Na ocasião serão reunidos os empreendimentos associativos da Rede Bragantina, que são associações, cooperativas e grupos de economia solidária presentes no território paraense que estão nessa caminhada para promover o trabalho e a criatividade de homens e mulheres, construtores de um desenvolvimento solidário, sustentável e territorial, que vai de encontro ao modelo econômico vigente, daí o tema  do evento: Comércio Justo, Ético e Solidário: Educar para Transformar.

A construção da Rede Bragantina vem respondendo os anseios e perspectivas de associações, cooperativas e grupos organizados do nordeste paraense. A interligação dessas práticas de cooperação é um dos princípios do comércio justo, ético e solidário para estabelecer outros tipos de relações entre produtores/as e consumidores/as, tendo presente a equidade, a confiança e o compartilhamento de êxitos e desafios, colocados nos seguintes princípios:

Abaixo há a programação completa do evento disponível para download.

Baixe a programação AQUI.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Terceira Oficina da Metodologia Cac é realizada em Cametá



”Eu tive que pegar o barco 10 da noite pra chegar aqui de manhã, e ainda tive que esperar a maré mudar”, “eu tenho que sair mais cedo se não vou chegar muito tarde da noite em casa”, Eu viajei 26 horas até aqui”, foram falas assim que traduziram as distâncias atravessadas por técnicos e agricultores de várias partes da Amazônia que se reuniram na sede da Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC) no município de Cametá – PA nos dias 06 a 08/11/12 em busca de aprimoramento de conhecimento no 3º e último módulo da Oficina de Metodologia Participativa Camponês (a)- Camponês (a): difusão de conhecimentos agroecológicos na produção, beneficiamento e comercialização sustentável na Amazônia, carinhosamente chamado de “CaC”. Essa é mais uma atividade do Projeto Mulheres do Campo, financiado pela União Europeia e Pão Para o Mundo, conta com a articulação da ANA - Amazônia e é realizado pela APACC e pelo Movimento de Mulheres do Nordeste Paraensa (MMNEPA).

“Eu conheci algumas pessoas da equipe de coordenação do projeto nos fóruns da vida e foi mais ou menos assim que eu vim parar aqui”, descontraiu Dennis Montero, 48 anos, que veio diretamente da Costa Rica, na América Central, para ser o consultor da oficina. Mestre em agroecologia pela Universidade Nacional da Costa Rica, mesmo num português ainda um tanto confuso ele não teve dificuldades para se fazer entender na língua universal da luta por uma economia popular solidária, sustentável e territorial.

Estiveram presentes trabalhadoras e trabalhadores rurais de Igarapé Miri, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Oeiras do Pará e da própria Cametá, das terras do nordeste paraense. De outros rincões da Amazônia brasileira ainda participaram João Bosco, 40 anos, e Francisco Pinheiro, 56 anos, ambos de Manaus – AM, além de Josefa Aparecida, 59 anos, de Rosário Oeste – MT. “Eu recebi com muito carinho o convite para participar do CaC e vejo como de fundamental importância essa integração entre camponeses porque nós estamos todos na mesma luta”, analisou dona Zefa,  como ficou sendo chamada por todas/os.

Segundo Frank Maciel, um dos coordenadores do projeto na região, foi com bastante dificuldade que se realizaram três módulos dessa oficina com pessoas que, na sua maioria, são de municípios próximos, mas que pela própria característica da Amazônia encontram muitas dificuldades para se reunirem. “Apesar das dificuldades de locomoção que encontramos em nossa região, é bastante gratificante perceber nos camponeses o interesse pelo aprimoramento de técnicas e na qualificação de nossa luta por uma segurança alimentar para todas/os”, analisou.

SOBRE A METODOLOGIA CaC
A metodologia Camponês-a a Camponês-a tem como um dos princípios norteadores que cada agricultora e cada agricultor são responsáveis pela formação de outras/os agricultoras/es a partir de uma lógica comercial, de produção e de mercado que vão de encontro modus operandi do agronegócio, que busca a maximização dos lucros em detrimento do meio ambiente e do bem viver.

Realizada em três módulos, nessa última parte da oficina cada uma/a pode avaliar as ações de multiplicação do CaC relativas à comercialização encaminhadas a partir do segundo módulo, assim como aprofundaram a metodologia do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) para que cada comunidade possa se aprimorar de forma sistêmica e consistente.

E, finalmente, foi refletido como reforçar o uso de ferramentas didáticas da metodologia do CaC e estabelecer ações coletivas para a sustentabilidade do processo do mesmo, com o intuito de que o esforço de todas/os para participarem desse espaço, longe ou muito longe de casa, possa não apenas ser levado de volta às comunidades, mas também possa dar prosseguimento a partir do protagonismo de cada mulher e cada homem do campo.

Abaixo, o vídeo com algumas imagens do evento.




Para baixar o vídeo no formato que dá para ver no celular, clique AQUI..

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sobre a possibilidade ou nao de continuar o monitoramento do orçamento federal



Mais uma  vez  o monitoramento do Orçamento Público Federal esta ameaçado. O governo tomou a decisão de agregar varias ações  numa só, impossibilitando que as  organizações e o próprio a cidadão/ã faça o controle social do gasto  publico. 

A exemplo da politica de saúde. Vamos ter apenas um grande  programa "aperfeiçoamento do SUS"  onde todos as ações estão ligadas a este programa, não permitindo  saber, por exemplo, quanto esta se  gastando com a  saúde da mulher, ou quanto esta se gastando com  o programa  nacional de combate a malária.  O argumento do governo é  que isso é uma questão  gerencial e o importante é saber se o serviço foi ou não prestado. O atual governo quer nos convencer que a decisão de onde se aplica o orçamento publico é uma mera questão técnica e não de decisão politica.

No dia 09  haverá reunião do "Interconselhos",  espaço criado pelo  governo para dialogar com a sociedade, via conselhos nacionais, sobre o orçamento  público.  Queremos lançar uma  carta com o máximo de assinaturas de  organizações denunciando este retrocesso.

Se a sua  organização concordar em assinar, favor responder este email ate 
o  dia 08/11  com os seguintes dados;

Nome da organização;
Cidade;
Estado;


Para  saber mais detalhes favor acessar aqui, aqui ou aqui.

Você pode baixar a Carta Aberta do Fórum Interconselhos aqui.