Por ascom_mdc
O Fórum da Amazônia Oriental - FAOR é
uma rede mista composta de vários seguimentos da sociedade civil organizada,
que atua nos quatro estados da Amazonia Oriental: Maranhão, Pará, Tocantins e
Amapá. Reúne num espaço único para desenvolver ações conjuntas, com uma visão
holística ao combate a diversas formas de desigualdade, discriminação e
violência. Tendo a premissa de buscar políticas públicas inclusivas e
sustentáveis em diferentes aspectos ambientais, sociais, econômicas e culturais
que melhorem a vida dos Povos da Floresta.
Nós, representantes de movimentos sociais,
quilombolas, mulheres negras, feministas, ambientalistas, artesãs,
agricultoras, estudantes e jovens reunidos na Fortaleza
de São José de Macapá, no dia 19/05/2012, no seminário preparatório para a
Conferencia da RIO+20, e a participação na cúpula dos povos, discutimos o
destino do Planeta Terra, a causa da crise ambiental
que atinge o planeta, o capitalismo que concentra riqueza e produz
desigualdades sociais, o racismo ambiental, a proposta enganosa chamada de
“economia verde”, o que estar sendo feito e o que é preciso fazer para
promover, e defender a vida na terra.
Refletimos sobre os impactos socioambientais que vêm
acontecendo no Estado do Amapá, como inchaço populacional, prostituição infanto
juvenil, violência no campo e a degradação ambiental, provenientes dos grandes
projetos das empresas de mineração - MMX1, ANGLOFERROUS2, CADAM3 e AMCEL4, com a plantação
de mono cultivo de eucalipto. Essas empresas exploram as riquezas dessas
localidades, onde estão instaladas, tornando-as empobrecidas.
Contestamos as 19 solicitações de pedidos para a
implantação de hidrelétricas no Estado do Amapá, e as que se encontram em
andamento, como a de Caldeirão de Santo Antônio no município de Vitória do
Jari, UHE no município de Ferreira Gomes, no Rio Araguari, esses
empreendimentos vem causando impactos ambientais, sociais, econômicos e culturais,
devido à expulsão de moradores e o desaparecimento de comunidades provocado
pela inundação.
Repudiamos a política de
desenvolvimento que provoca o racismo ambiental, nas comunidades quilombolas no
estado Amapá, como a lixeira publica nas comunidades de Ilha Redonda e Campina
Grande. E os impactos provocados pela Linha de Transmissão de Tucuruí, nas comunidades quilombolas de Igarapé do lago,
Maruanum, Torrão do Matapi, Campina Grande, Rosa, Ilha Redonda e Curralinho,
que além de impactadas serão penalizadas por não terem o direito de contestar
nas decisões, antes da implantação do projeto e por não terem ressarcimentos
compensatórios desses danos.
Estamos às vésperas do evento Rio + 20 que tratará
do desenvolvimento sustentável, que após 20 anos a ECO 92, que deveria fazer
uma análise do que foi concluído durante estas duas décadas, no entanto esta
servindo, para sagrar as propostas dos grandes grupos econômicos, em defesa da
“economia verde”.
Trata-se, em resumo, de nova tentativa
dos principais responsáveis pelo aquecimento global, as empresas capitalistas,
que se apresentam como as “salvadoras do meio ambiente”. Na verdade, o que
desejam é estabelecer preço para todos os bens naturais, que ainda são bens
comuns – água, ar, reservas florestais, áreas indígenas e quilombolas,
paisagens naturais, conhecimentos tradicionais e a biodiversidade.
Esperamos que o governo do Estado do Amapá reafirme
os compromissos assinados desde a ECO-92, para
dar sustentabilidade ao Programa de governo, no intuito de eliminar a pobreza, reduzir a desigualdade e promover
a justiça e direitos humanos, sempre respeitando os recursos naturais da Terra
do Estado do Amapá.
Convidamos a sociedade Amapaense a se
mobilizar no dia 18 de junho de 2012, para protestar contra ao modelo de
“Economia verde” e ao Capitalismo.
4 Amapá Florestal e Celulose S/A- Produção de cavaco
e biomassa de pinus e eucalipto, em Porto Grande, Itaubal, Ferreira Gomes,
Macapá, Tartarugalzinho
Fonte:
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