quinta-feira, 14 de março de 2013

NOTA DE SOLIDARIEDADE À JORNADA DE LUTAS DAS MULHERES CAMPONESAS NO TOCANTINS


O Fórum de Articulação das Mulheres Tocantinenses - AMT, Articulação estadual autônoma, não partidária, e a Casa Oito de Março - Organização Feminista do Tocantins (15 anos), manifesta seu apoio e solidariedade às jornadas de lutas das mulheres da Via Campesina, por ocasião do dia internacional de lutas das mulheres - 08 de março, que, alem de reunir camponesas de três estados da Amazônia para celebrarem e estudarem,  denunciou ao mundo os crimes ambientais e sociais das empresas que promovem o deserto verde (com a monocultura o eucalipto) e de sua representante a Senadora Kátia Abreu. Elas agiram em defesa da vida, em defesa de uma forma de desenvolvimento rural que se baseia na agricultura camponesa, na reforma agrária, na preservação da biodiversidade e na construção da soberania alimentar.

A ação das mulheres provocou um debate mais crítico na sociedade brasileira e mundial sobre o agronegócio, porque as empresas e a mídia vendem uma imagem de que grandes empreendimentos geram muitos empregos. Mas, o plantio de Eucalipto gera apenas 01 emprego a cada 185 hectares plantados enquanto a agricultura camponesa gera no mínimo um emprego por hectare.

Estranhamente, ao invés de se preocupar em investigar as empresas, os latifundiários, que com apoio financeiro dos governos, estão provocando destruição ambiental, desemprego e êxodo rural, concentração fundiária, trabalho Escravo, grilagem de terra publica, entre outros crimes, a Senadora Kátia Abreu e seu Filho Irajá Abreu falam em legalidade enquanto eles continuam impunes aos crimes e se referem às camponesas que em suas lutas legitimas defendem a justiça socioambiental como pessoas ignorantes, violentas e chamam sua capacidade organizativa feminista com termos pejorativos, alem de as caluniarem imputando, inclusive, a elas ações criminosas que não aconteceram, verdadeiras falácias e manobras da classe latifundiária.
 
Incomoda-nos verdadeiramente o cinismo da senadora, fazendo-se de vitima e cuidadora do meio-ambiente, colocando em duvida um dos maiores princípios da luta camponesa-feminista do Brasil que ´e o respeito ao ambiente inteiro e a forma não violenta de lutar.
 
As camponesas da Amazônia, em sua manifestação do dia 07 de março no Estado do Tocantins fizeram uma jornada pacifica coerente com suas opções agroecologicas e coerentes com suas condições de militantes do campo.
 
Já a senadora não agiu como verdadeira defensora do meio ambiente, da justiça no campo e das mulheres, como tem alardeado durante todos os seus mandatos com suas ações assistencialistas e preferiu, em nível nacional e internacional, desacreditar as trabalhadoras lutadoras, conscientes e muito bem informadas militantes do Movimento Sem Terra e da Via Campesina.
 
Como Fórum de Mulheres do TO, Movimento autônomo e não partidário, repudiamos os atos da senadora Kátia Abreu, daqueles que se prestaram com ela a proferiram inverdades com relação à jornada de lutas das trabalhadoras camponesas por ocasião do dia internacional das mulheres.
 
Da mesma forma a Casa Oito de Março, Organização feminista do Tocantins, compreendeu a ação auto-vitimizadora e as referencias inverídicas da senadora Kátia Abreu como desvalorização e desrespeito as trabalhadoras e de seu direito de manifestar e defender um modelo de agricultura e ecologia mais justa para a Amazônia e todo o Brasil.
 
Palmas, 10 de março de 2013
Fórum AMT
Casa Oito de Março

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