quarta-feira, 30 de junho de 2010

Projeto Mulheres do Campo é lançado em Seminário sobre Segurança alimentar em Santa Maria-Pará

O Projeto Mulheres do Campo foi lançado na abertura do Seminário "Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional", realizado nos dias 17 e 18 de junho de 2010, no município de Santa Maria do Pará. Estavam presentes cerca de 250 mulheres de vários municípios do Nordeste Paraense. Os realizadores do evento foram o MMNEPA e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Técnicos da Empresa ministraram palestras sobre temas como "manipulação de alimentos sob exigências sanitárias" e "assistência técnica" aos setenta participantes, a maioria mulheres trabalhadoras rurais.
Técnicos da CONAB debateram e informaram a situação dos programas federais PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) no Pará.

"Mais recursos permitem a ampliação e o fortalecimento de um trabalho que o Mmnepa vem realizando faz tempo, com o apoio de outras entidades, como a Emater. É um trabalho de resgate cultural, de comprovação deaimportância da mulher no campo e de fomento às políticas de saúde e educação", declara Francisca Nascimento, coordenadora do MMNEPA.



"O Seminário é mais uma oportunidade para que alcancemos a proposta do Projeto, que é democratizar o processo de informação e ajudar a educar para o aproveitamento de alimentos, para a qualidade nutricional, para a atenção à saúde da mulher rural, entre outras questões. Hoje, infelizmente, ainda deparamos com o absurdo de uma mulher trabalhadora rural preferir consumir suco industrializado, pelo qual ela ainda paga caro, a um suco natural de frutas; ou comprar frango de granja, que bem sabemos o quanto de hormônio carrega, a criar galinha caipira; até as crianças comem salgadinho de pacote no recreio, em vez de produtos naturais e saudáveis", explica a psicóloga Rita Teixeira, coordenadora do MMNEPA.



Segundo ela, motivos como a desinformação e a comodidade prejudicam os hábitos das famílias rurais e provocam doenças graves, principalmente do trato estomacal e intestinal. A solução seria valorizar ao máximo os produtos da agricultura familiar, "começando por dentro das casas dos próprios agricultores", diz. O uso dos quintais domésticos também é uma alternativa nesse sentido, reforça - com o espaço servindo para o cultivo de hortaliças e de plantas medicinais, bem como para a criação de pequenos animais.

O apoio dos especialistas da Emater - pertencentes aos escritórios central e regionais de São Miguel do Guamá e Capanema - se dá por meio de um Termo de Cooperação Técnica assinado entre a Empresa e o Mmnepa, em 2008.

Por intermédio da Emater, inclusive, grupos de mulheres do nordeste paraense já assinaram contrato dentro do PAA ou Pnae. Alguns dos exemplos são uma associação de criadoras de galinha caipira do assentamento Águia, em Ulianópolis, e outra de produtoras de mandioca em Irituia.



"A Emater há muito já trabalha com a inclusão de gêneros, não só na prática dos projetos, mas também como objeto de política interna e de discussão. Acreditamos que capacitar a mulher rural é lhe dar voz e condições de iniciativa própria, e essa independência repercute positivamente em toda a comunidade em torno e em toda a sociedade contextual", afirma o sociólogo da Emater Alcir Borges.







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