quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

II Módulo de Oficina de Plantas Medicinais


A Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes – APACC, está desenvolvendo em parceria com o Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense – MMNEPA e a ONG Pão Para o Mundo (PPM) um projeto voltado às mulheres trabalhadoras rurais, extrativistas e quilombolas, tendo como uma de suas temáticas de abrangência a saúde da mulher. Como parte desse processo foi realizada no dia 17/10/12 o 2º módulo da Oficina de Plantas Medicinais na pousada Miriti, em Cametá.

Da região do Baixo Tocantins, participaram representantes de Cametá (incluindo a equipe da APACC)Limoeiro do Ajuru e Mocajuba, além de três mulheres da Cooperativa Agroindustrial e Extrativista das Mulheres do Município de Cametá (COPMUC), da assessoria da UCODEP. Da região do Nordeste Paraense, pessoas de Nova Timboteua, Santa Luzia, Capanema, Mãe do Rio, Bragança, Capitão Poço e Irituia e representantes do MMNEPA, estiveram presentes, totalizando 19 participantes.

A oficina é uma solução encontrada diante do desafio de cuidar da saúde das mulheres do campo uma vez que foi diagnosticado que o baixo nível de renda aliado às condições precárias de saúde de muitas das mulheres trabalhadoras rurais e suas famílias, reduzem sua capacidade produtiva e de representação/articulação social.

Muitos dos problemas de saúde são relacionados ao uso inadequado da água, o que é intensificado pelo insuficiente nível de informação das mulheres no cuidado consigo e com outros membros da família. Em muitas unidades da agricultura familiar em situação de pobreza. por exemplo, é bastante comum que as famílias reservem o melhor da produção para comercialização, consumindo apenas as sobras desta para que com o pequeno lucro obtido possam adquirir produtos industrializados de reduzido valor nutritivo. Isto é ainda agravado pela concentração dos esforços produtivos em algumas culturas e artigos de maior demanda comercial o que, motivado pelas mudanças dos hábitos de consumo, termina por comprometer a segurança alimentar e nutricional familiar.

Uma das alternativas identificadas para o enfrentamento a este quadro que coloca em risco de morte as mulheres e suas unidades familiares é o disseminação do saber popular no uso de plantas medicinais, articulando-o com o saber científico e com as prescrições sanitárias previstas na legislação.

Nesse sentido, nesse II módulo da oficina de plantas medicinais, a partir do resgate do saber popular, foram compartilhados conhecimentos a respeito de como produzir sabonete íntimo, pomadas, azeite, garrafada, e tudo o que as avós dessas mulheres usavam com naturalidade, utilizando ingredientes que estão presentes nas propriedades dessas famílias, e que, com o tempo, a modernidade equivocadamente tratou de fazer parecer “coisa de antigamente”.

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